Objetos estéticos


É de fundamental importância a distinção entre a obra de arte e objeto estético. Este é o objeto percebido esteticamente. É o objeto percebido enquanto estético. A obra de arte, através da percepção estética, se torna objeto estético. Obra de arte e objeto estético não se identificam. O campo do objeto estético é mais amplo. Inclui outros objetos, como o objeto técnico e o objeto natural. Um objeto técnico – como um Jaguar E-Type, por exemplo – torna-se objeto estético, se assim foi designado. Um objeto natural torna-se objeto estético, se assim foi designado, como Double Negative (1969), de Michael Heizer, um local-demarcado na classificação de Rosalind Krauss, obra que trafega problematicamente na confluência entre paisagem e não-paisagem. Todavia, um objeto estético não é fatalmente um objeto belo, agradável (daí o ícone do switch eletrônico, em nosso diagrama). Pode ser um objeto sublime, um objeto não percebido como belo, mas como fascinante ou aterrorizante. Bem como não fatalmente um objeto técnico ou um objeto natural precisam ser deliberadamente estéticos para obter o estatuto de belo, como um pôr do sol ou o “telhado de ardósia (que) se ajusta ao Vale do Loire”. Tais objetos são belos espontaneamente. Assim pensou Mikel Dufrenne, no livro Estética e Filosofia.

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