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Imagens do futuro

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Engine Block, Re-do Studio, 2014 Continuando o nosso percurso curatorial, pinçamos no livro de Arlindo Machado o trabalho do artista catalão Antoni Muntadas, cuja obra é “extensa e variada: compreende vídeos, programas para televisão, instalações multimídia tanto em espaços fechados quanto em espaços públicos, intervenções na paisagem urbana e, mais recentemente, projetos para a Internet” (p. 20). A respeito do último, indicamos a obra The File Room , um arquivo digital com excertos audiovisuais de diversos materiais censurados, seja por motivo político, moral ou outros. Outro trabalho relevante, de 1989, é Video is Television? , em que o artista revela os mecanismos ideológicos de manipulação de imagem, inserindo, em meio aos frames de diversos produtos culturais e jornalísticos, palavras de ordem, como se fossem palavras que traduzem o modo de controle midiático, técnica utilizada por artistas como Barbara Kruger, Jenny Holzer e outros . Segundo Machado, “para proceder ao exame

Novos mundos

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Agrippa, de William Gibson e Dennis Ashbaugh  O que faz, portanto, um verdadeiro criador, em vez de simplesmente submeter-se às determinações do aparato técnico, é subverter continuamente a função da máquina ou do programa que ele utiliza, é manejá-los no sentido contrário ao de sua produtividade programada . Concordamos com a definição de Arlindo Machado acerca do uso criativo da tecnologia (Arte e Mídia, p. 14). Se por adição o conteúdo cultural for subvertido também (e não apenas a sua forma ) - talvez por intermédio da técnica do détournement , na acepção situacionista -, melhor ainda. Tome-se, por exemplo, o trabalho The Fountainhead (2010), da dupla francesa Société Réaliste, uma alteração completa do filme homônimo de King Vidor, baseado no livro homônimo de Ayn Rand. Essa autora é madrinha da filosofia do objetivismo, segundo a qual o objetivo moral da vida humana é atingir a própria felicidade e que o único sistema social consistente com esta moralidade é o vale-tudo d

Outro cinema

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Jollies (1990), de Sadie Benning Na live Coronavida: prólogo de confinamento , parte do Seminário de Cultura e Realidade Contemporânea (Escola da Cidade), Giselle Beiguelman inicia sua fala mencionando a política de confinamento do COVID-19, espécie de sonho do neoliberalismo, ou a disposição total dos trabalhadores (por enquanto, os do conhecimento) ao processo produtivo, dando-lhe permissão para invadir suas privacidades mais íntimas, inclusive, em breve, o sono, pesadelo previsto por Jonathan Crary no livro 24/7: Capitalismo tardio e os fins do sono . Tirante a questão do futuro do presente do mercado de trabalho, o fato é que todos estamos em quarentena. Em vista disso são propostos dois exercícios de audiovisual que exploram a questão do confinamento. O primeiro é encarnar o personagem do escritor francês Xavier de Maistre no livro Viagem ao redor do meu quarto (1872) e redescobrir um espaço que nos é tão familiar: a nossa casa. Que recônditos secretos aguardam ser revela

O imperativo ético-estético

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Crise é encruzilhada. É o momento para se repensar paradigmas, inclusive os tecnológicos. Faz todo o sentido falar, nesse momento, em reconversão das indústrias, arquitetura verde e biodesign (variante - quando não sinônimo - de ecodesign). Em relação ao último, o desafio é pensar em como reunir técnicas e natureza, ou melhor, como engastar elementos naturais em objetos técnicos, como empreende a Ecovative Design , que cria novos materiais a partir de cogumelos. Essa também é a proposta de um novo paradigma estético, representado no diagrama dos objetos , inspirado em ideias de Mikel Dufrene. É possível acoplar um objeto natural a um objeto técnico visando a criação de um objeto de arte? Há indícios que sim. Os pioneiros da bioarte já haviam aventado essa hipótese, artistas como Stelarc , Patricia Piccinini e o coletivo Symbiotica . Todavia, queremos ir mais além do transhumanismo e da biotecnologia. Muito mais além do que propõem os artistas que hoje misturam Inteligência Arti

Bruce - by Tom Judd

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Baralho metodológico #2 (Objeto natural) / Fonte: IDEO

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Baralho metodológico #1 (Objeto técnico) / Fonte: Envisioning

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